sexta-feira, 22 de maio de 2009

Tiradentes-Lutador pela independência do Brasil: 1746-1792


JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER"O TIRADENTES"

QUANDO TUDO ACONTECEU...

1746: Nasce em Pombal, distrito de S. José d’el Rei (hoje Tiradentes), Minas Gerais; os pais são Domingos da Silva Santos, nascido em Portugal, e Maria Antónia da Encarnação Xavier, nascida na Vila de São José d’el Rei (Brasil). - 1755: Morre Maria Antónia; o viúvo e os órfãos mudam-se de vez para a Vila de São José. - 1757: Órfão de pai. - 1780: Arregimenta-se como soldado. - 1781: É promovido a Alferes. - 1786: A mando do governador da capitania de Vila Rica, leva brilhantemente a cabo estudos demográficos, geográficos, geológicos, mineralógicos - quer de aplicação civil, quer militar. - 1788: Envolve-se na Inconfidência contra a Coroa portuguesa - 1789: Como conspirador, é preso no Rio de Janeiro. - 1792: É enforcado em praça pública e depois esquartejado.


À BEIRA DO FIM...

1789, Rio de Janeiro.
A 1 de Maio aparece na cidade o coronel Joaquim Silvério. Logo trata de visitar - e com que frequência – o conde de Resende. No dia 2, grande azáfama. Cubículos especiais são mandados construir nalgumas das piores prisões. A sua guarda pessoal passa a ser constituída exclusivamente por portugueses. Dois granadeiros são encarregados de vigilância extraordinária. Informações sobre as origens de todos os seus soldados são solicitadas com urgência – estes são portugueses, aqueles são brasileiros....
Os granadeiros vigiam Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, por causa do ofício que aprendera com o padrinho. Agora é alferes do Regimento pago por Vila Rica, Minas Gerais. Andava a procurar gente que o ajudasse a libertar o Brasil através duma conspiração abominável. Sabedor de tal crime, o governador de Minas havia encarregado o Coronel, amigo do suspeito, de seguir seus movimentos e comunicar seus achados directamente ao Vice-Rei.
Tiradentes sonha. Ao ajudante de artilharia Nunes Cardoso, proclama:
- Esta terra há ser um dia maior que a Nova Inglaterra! Mas as suas riquezas só as poderemos alcançar no dia em que nos libertarmos do jugo dos portugueses para sermos os senhores da terra que é nossa.
Nunes Cardoso empalidece. Roga-lhe que nunca mais se refira a tais assuntos…
Mas Tiradentes não desiste. Pede a várias pessoas que lhe traduzam livros políticos ingleses, também a Declaração da Independência americana. Alguns dos livros têm até referências elogiosas à República… Em Vila Rica, na casa de João Rodrigues de Macedo, chegara mesmo a exibir a lista, por ele levantada, dos habitantes da capitania e comentara:
- Têm Vossas Mercês aqui todo este povo açoitado por um só homem, e nós todos a chorarmos como negros – ai, ai... E de três em três anos vem um, e leva um milhão; e os criados levam outro tanto; e como hão-de passar os pobres filhos da América? Se fosse outra nação já se tinha levantado!
Os amigos pedem-lhe que pare. Além disso, tens estado a ser seguido por dois granadeiros, informam-no. Tiradentes primeiro pensa liquidá-los. Depois opta por regressar mais depressa a Minas, quem sabe se na mira de precipitar o golpe... Pede um bacamarte emprestado e inicia os preparativos para a fuga. Mas, vigiado como anda, logo se apercebe que é impossível fugir. Esconde-se.
Em anterior viagem, havia curado a chaga cancerosa no pé da filha duma viúva. Pede-lhe ajuda. O decoro manda que não alberguem homem em casa. Tiradentes, por sua recomendação, vai para casa do ourives Domingos Fernandes, guiado pelo Padre Inácio Nogueira, sobrinho da viúva. Aí entra no dia sete de Maio pelas dez da noite.
O desaparecimento de Tiradentes provoca pânico entre os adversários. Na manhã do dia oito pede ao Padre que visite o coronel Joaquim Silvério, que continua a julgar seu amigo. O delator, que periodicamente envia relatórios escritos ao Vice-Rei sobre as actividades do amigo, finge-se preocupado. Quer saber do paradeiro de Tiradentes para poder ajudá-lo... Mas o Padre é jesuíta, contorna a inquirição, afirma não morar na Corte. Silvério não desarma e, ao encontrar na rua, no dia seguinte, outro clérigo, pergunta pelo Padre Inácio.
- Tenho bom negócio a propor-lhe.
O outro cai na esparrela e eis o Padre Inácio arrastado para o palácio do Vice-Rei. Pessoa comum, não resiste às ameaças, inclusivamente de morte. A teia começa a ser tecida.



A PRISÃO

Os vultos assomam às janelas. Os mais afoitos saem à rua, timidamente, olham de longe, falam baixinho. Uma centena de soldados comandados pelo Alferes Francisco Pereira Vidigal, impede o trânsito no quarteirão onde fica a casa do ourives Domingos Fernandes, contratador e marcador de prata.
O cerco aperta-se. A casa parece deserta. Um soldado informa que um homem se escondeu no sótão com uma arma na mão. Vidigal, incerto, acaba por mandar forçar a entrada. Irrompe no sótão, rodeado por dezenas de soldados. O homem olha-os de frente mas não reage, não fala. Entrega-se. Veste o dólman. Põe o chapéu.
- Que pretendia fazer com o bacamarte?
- Resistir, mas são tantos…


TIRADENTES: MORTE MATADA

No dia 21 de Abril de 1792 Tiradentes é enforcado no Largo do Lampadário, no Rio de Janeiro. Dos Inconfidentes, é o único executado, serve de exemplo. O seu corpo é esquartejado. Pedaços dele são espalhados pela estrada que vai para Vila Rica. Uma gaiola com a sua cabeça é alçada a um poste cravado no centro de Vila Rica.
De morte assim matada, Tiradentes morre solteiro. Deixa porém dois filhos menores, Joaquina e João.
Na minha opinião:
A verdadeira história de Tiradentes é de alguém que lutou por questões que realmente mudaria a história do povo brasileiro.Eles o mataram para que as questões que ele lutava não acontecessem pois foi um jeito de mostrar para o povo que eram eles que mandavam e que o povo não conseguiria o que Tiradentes queria.
Para mim a história de Tiradentes tem semelhança com a história de Jesus Cristo, alguém que morreu em prol do povo.

Salve 13 Maio! Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo

O Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão. No dia 13 de maio "comemoramos" a abolição da escravatura, mas, vejamos a situação atual do negro no Brasil, após há exatamente 119 anos de "liberdade":

Total de pobres no Brasil Brancos/as Negros/as
53 milhões 37% 63%
Total com renda abaixo de R$120,00 30% 70%

Lembramos, inclusive, que o Brasil é o país que, fora da África, concentra a maior população negra. É também o país onde os negros são a parcela da população mais atingida pela exclusão social: baixa remuneração, desemprego, piores moradias, maior taxa de repetência, menor expectativa de vida e altos indíces de mortalidade infantil. Em função disso, como podemos dizer que os negros são livres se relegamos a eles os piores índices. Penso que o 13 de maio só terá sentido quando a sociedade brasileira discutir esses números.
A sociedade brasileira não pode mais repetir que o negro não presta. Que o negro é que é preguiçoso. Precisamos sair do lugar comum. Continuar a ladainha de que o negro só não se desenvolve porque não quer, pois a sociedade brasileira dá a todos a mesma oportunidade. Mentira! O racismo brasileiro, na sua forma enrustida e velada ocorre na casa onde a gente mora, na escola onde a gente estuda e/ou nossos filhos estudam, no bar onde a gente se diverte, na igreja onde a gente reza, no nosso local de trabalho, na programação do rádio, jornal, na televisão que a gente vê, no candomblé onde a gente vai cultuar nosso Orixá, etc...
Não devemos mais incorrer nos mesmos erros da sociedade escravocrata que até hoje tenta justificar suas mazelas. Temos que chamar a atenção para todos os atos que decretaram e continuam decretando a marginalização do povo negro. Cito aqui alguns deles:
1. Implantação da escravidão;
2. Lei de terras de 1850, quase todo o litoral brasileiro era povoado por quilombos. Lei da terra decreta a partir dessa nova lei que as terras só poderiam ser obtidas através de compra;
3. Decreto 1854, estabelecia que nas escolas públicas do país não seriam admitidos escravos. Lei complementar à constituição de 1824, pela legislação do império os negros não podiam freqüentar escolas, pois eram considerados doentes de moléstias contagiosas;
4 Guerra do Paraguai – foi um dos instrumentos do poder para reduzir a população negra do Brasil. Foi difundido que todos os negros que fosse lutar na guerra, ao retornar receberiam a liberdade e os já livres receberiam terra. Além do mais, quando chegava a convocação para o filho do fazendeiro, ele o escondia e no lugar do filho enviava de cinco a dez negros. Antes da guerra do Paraguai a população negra no Brasil era de 2.500.000 pessoas (45% do total da população). Depois da guerra, a população negra do Brasil se reduziu para 1.500.000 pessoas (15% do total da população brasileira);
5. Lei do Ventre Livre – Essa lei até hoje é ensinada nas escolas como uma benfeitoria para o negro. Toda criança que nascesse a partir daquela data nasceria livre. Na prática, esta lei separa as crianças de seus pais, desestruturando a família negra. O governo abriu uma casa para acolher essas crianças. De cada 100 crianças que lá entravam, 80 morriam antes de completar um ano de idade. O objetivo desta lei foi tirar a obrigação dos senhores de fazendas de criarem nossas crianças negras, pois já com 12 anos de idade as crianças saíam para os Quilombos à procura da liberdade negada nas senzalas. Com essa lei surgiram os primeiros menores abandonados do Brasil.
6. Lei do sexagenário, também ensinada como uma boa ação do senhor para com o escravo que muito trabalhou. Todo o escravo que atingisse 60 anos de idade ficaria automaticamente livre. O que de fato ocorreu é que esta lei foi a forma mais eficiente encontrada pelos opressores para jogar na rua os velhos doentes e impossibilitados de continuar gerando riquezas para os senhores de fazendas, surgindo assim os primeiros mendigos nas ruas do Brasil.
7. Decreto 528 das Imigrações européias. Com a subida ao poder do partido Republicano, a industrialização do país passou a ser ponto chave. A indústria precisava, fundamentalmente de duas coisas. Matéria prima e mão de obra.
Desta forma, constatamos que o Brasil, Colônia, Império e República, teve uma postura ativa e permissiva diante da discriminação e do racismo que atinge a população afro-descentente brasileira até hoje. A não posição do estado de inclusão da população negra nas várias áreas da política pública, colocou o negro à margem da sociedade e hoje negros e negras compõem os grandes bolsões de pobreza do Brasil. Continuamos ainda em uma predominante escravidão, mas invisível àqueles que não querem enxergar.
Entretanto se você acredita que reverter esse cenário de adversidade e melhorar a qualidade de vida para as populações negras deve ser uma tarefa de todos, junte-se a nós. Você poderá colaborar com ações que propiciarão o direito de todos a uma vida digna independente da cor de sua pela e da condição social.


quarta-feira, 20 de maio de 2009

13 de Maio!


Devemos comemorar o Dia 13 de Maio?

Na minha opinião não devemos comemorar o dia 13 de Maio, apesar da abolição,acho que a escravidão não foi totalmente abolida,pois o preconceito existente no mundo ,só prova que ele também é uma forma de escravidão,fazendo com que as pessoas discriminadas ganhem menos, não exerçam funções e cargos que poderiam exercer pois a concorrência é desleal.
Mesmo com algumas leis que favorecem pessoas negras,como cotas para negros em faculdades,isto é,dizer que eles não tem capacidade suficiente para fazer os mesmos pontos que qualquer pessoa branca.